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quarta-feira, 2 de setembro de 2015

CONJUNTO MUSICAL MILITAR FORMADO EM MOSSORÓ ENTRE OS ANOS 60 E 70

As bandas de música são formadas com finalidades diversas. Se militar, contribui para cadenciar em ordem-unida os passos das tropas em desfile.

Nesta proposta, segundo o 3º sargento reformado, da cidade de Monte Alegre-RN, Júlio Gonçalves da Silva, existiu em Mossoró nos anos 60 e 70, uma Banda Marcial pertencente ao 2º Batalhão de Polícia Militar da 1ª Companhia do RN, localizado na Praça Antônio Gomes, nº 514, Centro, onde hoje funciona o Museu Municipal de Mossoró Lauro da Escóssia.

Cabo Júlio, como é mais conhecido, engajou na gloriosa Polícia Militar em 2 de julho de 1962. Inicialmente prestou serviços em Natal-RN, mas, por trabalhar mais que o esperado, desejou migrar para Mossoró, pois, ouvia que esta cidade era pacata. Na primeira oportunidade de permuta, pediu sua transferência e logo foi atendido pelo comando da PM. Chegando a Mossoró, fez parte do quadro do 2º BPM, onde encontrou uma Banda Marcial em atividade com o número de oito componentes. Após dois meses de sua chegada, o soldado de São José de Mipibu-RN, Altino Francisco do Nascimento (Sd Altino), coordenador da Banda Marcial do Batalhão, precisou de um músico para tocar tambor-surdo, e o convidou. Mesmo sem experiência musical, aceitou o desafio e sob orientação de Altino, de quem se tornou amigo e admirador, logo aprendeu a percutir no instrumento. Sobre como se deu a organização desta banda, Julio não tem informação, contudo, acredita ter sido formada pelo saudoso cabo Altino, como ficou mais conhecido. “Tudo quanto ele fazia era certo”. (lembrou cabo Julio).
Os ensaios aconteciam de segunda a sexta nas ruas próximas ao quartel e eram coordenados pelo corneteiro Altino. Este aproveitou as cornetas em afinações diferentes para inserir no repertório o Hino Nacional Brasileiro. Isto, para atender solenidades tanto do Batalhão: Dia do Soldado, em 25 de agosto, Dia da Independência, a 7 de setembro e o Dia da Bandeira, em 19 de novembro, quanto do município: Dia da Libertação da Escravatura Mossoroense, em 30 de setembro. Durante os desfiles, os toques eram iniciados por Altino.
Certa vez, a banda viajou a Pau dos Ferros-RN para recepcionar numa solenidade o então governador Lavoisier Maia. Noutra oportunidade foi a Assu-RN com a finalidade de abrilhantar a festa de Emancipação Política.
Alguns componentes e seus respectivos instrumentos lembrados por (4) Julio aparecem na foto: (1) Raimundo Laurentino – tarol, (2) José Joaquim – Cornetão, (3) Raimundo – bombo, (5) Horácio – corneta, (6) Altino – corneta/coordenador, e Sobrinho – corneta.
Neste tempo, a direção do 2º BPM estave sob o comando do capitão Bezerra, que no tempo determinado foi promovido a major e ficou mais conhecido como Major Bezerra. Este sempre deu o apoio necessário à fanfarra, tanto pessoal quanto de reposição instrumental.
O inusitado nesta época foi um carneiro ser criado no quartel e servir de mascote da Polícia Militar em Mossoró. O animal era adestrado e acompanhava a banda nos desfiles, caso ela parasse ele parava, se marchava, ele a seguia. “Aonde eu (Julio) parava, ele parava do lado”. (risos).
Em 1976, quando o Batalhão foi instalado no atual endereço, avenida Aldemir Fernandes, bairro Aeroporto, o Governo do Estado formou uma banda de música com instrumentos temperados, entre eles: saxofone, clarinete, trompete, trombone, etc. Consequentemente, a Marcial não foi mais requisitada e acabou. Por isto, os marciais foram destacados para locais diversos, o cabo Julio para Serra do Mel-RN. Este, aos cinquenta anos saiu para reserva reformado 3º sargento, entretanto, não deixou a farda, passou a integrar a Guarda Patrimonial do RN, na qual trabalhou na Penitenciária Agrícola Dr. Mário Negócio-PAMN, posteriormente no Fórum Dr. Silveira Martins.
Outras contribuições do cabo Altino no cenário cultural local, as tenho registrado e bem claras na minha memória. Uma delas foi formar a Banda Marcial da Rede Municipal de Ensino nos anos setenta, outra ao integrar orquestras de frevos do saudoso maestro Dermival Pinheiro, na qual executava belas clarinadas durante os bailes de carnaval. Julio Gonçalves lembrou ainda, que durante a carreira militar, Altino tentou fazer curso para sargento, porém, não lhe deram oportunidade. Quando concluiu seu tempo na polícia, foi reformado com a patente de cabo, no entanto, permaneceu trabalhando de farda e com a corneta ao assumir a coordenação da Fanfarra do Tiro de Guerra - TG 07-010. (concluiu). Nesta fase, em 1984, tive a satisfação de conhecê-lo ao prestar o Serviço Militar no TG, bem como a oportunidade de aprender a tocar cornetão sob sua orientação.

Marcos Batista 

Músico da Banda Municipal Artur Paraguai, professor de Música da Escola de Artes de Mossoró e especialista em educação musical
FONTE - O MOSSOROENSE
OBSERVAÇÃO: O CABO JÚLIO GONÇALVES DA SILVA, NATURAL DE MONTE ALEGRE-RN, NASCIDO EM 1937, FILHO DE  CECÍLIA GONÇALVES DA SILVA, FAELECEU EM MOSSORÓ-RN, NO DIA 7 DE AGOSTO DE  2015

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Marilia Jullyetth Bezerra das Chagas, natural de Apodi-RN, nascida a XXIX - XI - MXM, filha de José Maria das Chagas e de Maria Eliete Bezerra das Chagas, com dois irmãos: JOTAEMESHON WHAKYSHON e JOTA JÚNIOR. ja residi nas seguintes cidades: FELIPE GUERRA, ITAÚ, RODOLFO FERNANDES, GOVERNADOR DIX-SEPT ROSADO e atual na cidade de Apodi. Minha primeira escola foi a Creche Municipal de Rodolfo Fernandes, em 1985, posteriormente estudei em Governador Dix-sept Rosado, na no CAIC de Apodi, Escola Estadual Ferreira Pinto em Apodi, na Escola Municipal Lourdes Mota. Conclui o ensino Médio na Escola Estadual Professor Antonio Dantas, em Apodi. No dia 4 de abril comecei o Ensino Superior, no Campus da Universidade Fderal do Rio Grande do Norte, no Campus Central, no curso de Ciências Econômicas. Gosto de estudar e de escrever. Amo a minha querida terra Apodi, porém, existem muitas coisas erradas em nossa cidade, e parece-me que quase ninguém toma a iniciativa de coibir tais erros. Quem perde é a população.

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